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A Flor que virou Borboleta
Tempos atrás, houve uma flor cujas pétalas eram macias e sedosas.
Vivia em seu jardim, rodeada por outras flores e animaizinhos de todas as espécies.
Embora tivesse alguns espinhos escondidos, era meiga, dócil e carinhosa.
Havia também um Jardineiro Fiel em quem a flor confiava.
Que a regava, adubava, e afofava-lhe a terra;
e com quem a flor conversava todos os dias.
Que a regava, adubava, e afofava-lhe a terra;
e com quem a flor conversava todos os dias.
E foi então que em certo dia, apareceu não se sabe de onde,
um misterioso e gentil beija-flor...
Ele batia as asas como ninguém, e era muito ágil no voar.
Sua plumagem azul iridescente era agradável aos olhos da flor.
Seu canto era belo, afinado, e ele sempre trinava novidades de outros lugares...
Também cantava bonitos elogios à flor, e esta aos poucos foi se encantando,
e até acreditou que fosse especial para este amiguinho...
E já aguardava as visitas do beija-flor, que vinha com seu bico alongado
alimentar-se do seu néctar e das coisas bonitas que ela falava.
Foi assim, por um bom tempo; Ele cantava, ela falava, ele cantava, ela falava,
e os dois se divertiam muito!
Às vezes, aos domingos pela manhã, quando a flor ainda estava a acordar,
ele soltava seus trinados bem no canteiro favorito da flor,
e então conversavam e riam muito...
E assim os dois construíram um mundinho especial que era só deles.
e então conversavam e riam muito...
E assim os dois construíram um mundinho especial que era só deles.
Porém aos poucos, o beija-flor começou a ter ciúmes de outros pássaros
com os quais a flor também brincava.E então começou a dar bicadinhas na flor;
Criticava quando ela aparecia com uma pétala nova,
reclamava dos lugares por onde ela passeava,
e até se aborrecia com algumas visitas
Criticava quando ela aparecia com uma pétala nova,
reclamava dos lugares por onde ela passeava,
e até se aborrecia com algumas visitas
que ela recebia em seu canteiro...
Enfim, começou a falar mal das qualidades da flor...
Aquelas que o haviam encantado anteriormente.
Aquelas que o haviam encantado anteriormente.
A flor também sentia ciúmes quando via o beija-flor estufando o peito
e cantando para as outras flores,
e na ânsia de se proteger, mostrou todos os seus espinhos, é claro;
e na ânsia de se proteger, mostrou todos os seus espinhos, é claro;
Até aquele, letal...
Ela, que sempre fora mansa, acabou arranhando o coração do
beija-flor, que bateu asas e voou!
beija-flor, que bateu asas e voou!
Assim a flor foi entristecendo...
Perdeu a alegria de brincar com as outras flores, com seus
Perdeu a alegria de brincar com as outras flores, com seus
amiguinhos, e até com seus botões.Parecia que lhe faltava água;
suas pétalas murcharam, secaram, e até caíram de tristeza...
A flor afastou-se de todos e isolou-se em um casulo abandonado onde
permaneceu por muito tempo, pensando, pensando, pensando...
permaneceu por muito tempo, pensando, pensando, pensando...
O verdadeiro consolo, só encontrava nos seus momentos a sós
com o Jardineiro Fiel.
Até que um dia, percebeu que durante este seu período de introspecção,
havia criado asas. Até lembrou de um tempo em que soubera voar,
e da maravilhosa sensação de se ter a liberdade de ir e vir...
E foi então que abandonou o casulo e foi experimentar suas novas asas.
havia criado asas. Até lembrou de um tempo em que soubera voar,
e da maravilhosa sensação de se ter a liberdade de ir e vir...
E foi então que abandonou o casulo e foi experimentar suas novas asas.
Hoje a borboleta voa livremente por todos os jardins, e
quando se recolhe, volta para as mãos do Jardineiro Fiel!
quando se recolhe, volta para as mãos do Jardineiro Fiel!
E o beija-flor continua passeando pelos canteiros, encantando outras flores
com sua plumagem azul iridescente e com seu belo e afinado canto.
Mas lembrem-se, isto foi há muito, muito tempo...
(Dedicado a todas as flores que já
se encantaram por um beija-flor...)
Neli Araujo
2009