terça-feira, 17 de agosto de 2010

Em busca de um pouco de oxigênio...

"Flower Girl" by Heide Presse


Gentes queridas!


 
Nos anos 80, por 6 anos moramos na Nigéria.
Viajávamos sempre para o Brasil nas férias,
e já nem prestávamos atenção às orientações dos comissários de bordo,
quando começamos a fazer as primeiras viagens
com nosso Renato que nascera em 1981.


 
Sabíamos de cor e salteado que se houvesse uma despressurização na cabine do avião,
máscaras de oxigênio cairiam automaticamente sobre nossas cabeças,
para que pudéssemos respirar melhor.

 

As mães sabem que em uma situação de emergência, nossa primeira
reação é a de proteger nossas crias. E só depois, muito tempo depois,
a gente pensa na gente.
“Tô mentindo, Terta?”


 
Mas, qual não foi minha surpresa naquela época ao ser orientada,
de que se tal fato ocorresse, eu deveria colocar primeiro a minha máscara de oxigênio,
e só então, colocar a máscara de oxigênio do bebê. ?????

 

Isto porque, se eu socorresse primeiro meu bebê, não haveria tempo hábil
de colocar minha máscara; já teria desmaiado pela falta de oxigênio.
Desta forma, quem cuidaria do meu bebê de colo, ainda que ele
já estivesse respirando com sua própria máscara?

 

Pois é, tudo isto só para dizer que ainda hoje, quando percebo que
“estou ficando sem oxigênio” pelos desertos da vida, resolvo me afastar de casa,
dos filhos, do cachorro, da família, dos amigos, de tudo enfim,
e ter um tempo só para mim!



Esta prática é velha conhecida minha, e me faz voltar “cheinha de oxigênio”,
para então poder socorrer quem porventura estiver precisando de mim.


 
Como no momento me é impossível sair de férias por causa das aulas,
e como ainda continuo com restos de estresse e saindo de uma leve
depressão causada por um medicamento que tomei durante
o primeiro semestre :(, resolvi dar um tempo nos blogs...

Para respirar, descansar e voltar nova! Resgatar a Neli!



Tenho certeza de que depois que eu “colocar a minha máscara de oxigênio”
e puder respirar melhor, vou poder ajudar vocês a colocarem as suas
para que possam também aproveitar o vôo!
Portanto, não desistam de mim!

Eu volto, meus amores!



neli araujo
14/08/10

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lembrando Adoniran Barbosa 2

Lembrando Adoniran Barbosa...

Flashback 2 - À Flor da Pele...

Bar Memorial - Agosto 2008 by Cicero

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Estava lendo o post “Corar” da Vilma do blog
e resolvi pegar uma carona.
Este é um “problema” que me acompanha desde a mais tenra idade, hehehe.


Sempre achei que os adolescentes eram cruéis com suas brincadeiras, e só para exemplificar, nos dias de hoje uma das crueldades que fazem nas escolas é o tal de “cuecão”, em que os meninos escolhem alguém para “zoar”, geralmente um menino mais tímido; fazem um “não sei quê”, que conseguem arrancar a cueca do menino por cima da calça do uniforme, no pátio ou em sala de aula, na frente de todo mundo. Imagino a vergonha deste coitado...


No meu tempo de ginásio (1965 a 1968), trabalhávamos diariamente em equipes de 6 alunos, (que eram meus amigos), mas bastava alguém olhar para mim ou pedir minha opinião, e eu já corava. E então era aquele “coro”, agradável demais:
“Tá vermelha”, tá vermelha, tá vermelha!

E então eu ficava mais vermelha ainda, e me sentia um “lixo”.


Passados quase 40 anos, nos encontramos novamente em 2006.

Depois deste primeiro encontro, nos reunimos mensalmente em um bar para almoçar, beber uma cervejinha e bater papo; e pasmem, eles ainda brincam e “tiram uma da minha cara”, quando coro frente a um elogio,
ou quando contam uma piadinha.
E então eu coro mais ainda, é lógico!
"Nossa, tá da cor da blusa.."

Só que hoje em dia, aos 55 anos, como ainda não criaram
um curso de “Como não enrubescer em público”,
já aprendi a conviver com meu repentino enrubescer,
e já não me importo, pois ele é involuntário.


Até me divirto com a falta de criatividade nas gozações...
Então, eu simplesmente canto a música

“À Flor da Pele” de Chico Buarque:

“O que será que me dá
Que me bole por dentro
O que será que me dá?
Que brota à flor da pele
O que será que me dá?
E que me sobe as faces
E me faz corar”


E deixo todo mundo falar que estou vermelha,
como se fosse a maior novidade! hehehe


E como muito bem disse minha amiga Vilma:
“Nos tempos que correm, em que já poucos coram com vergonha,
ver o sangue subir às faces, acaba por ser algo pouco comum.”


Deixo aqui o link para o Youtube, para quem quiser ouvir a música com
Milton Nascimento e Chico Buarque.


beijinhos corados a todos!

Neli
31/03/2009
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

flashback...

"At Your Sevice" by Ada Breedveld



Caso ou (não)caso?



Este amor desencontrado

me pegou na contramão,

me fez gato, fez sapato

mesmo sem ter intenção...

mas um descaso,

por mero acaso...

foi quase fim de caso!

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neli araujo

2008
 
 
Um poeminha antigo que trago novamente para vocês!
 
Tenham um ótimo final de semana!
 
beijos carinhosos,
 
neli

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

swing low...

Imagem da Net



No gostoso balanço

da rede no alpendre

sinto teus olhos a me queimar

eles me despem e me fazem bela,

num instante a te desejar...



E logo sou tua

qual mulher da rua

ardendo pra te amar!



E é neste suave vai-e-vem

que eu desperto de repente!

Não há rede nem alpendre;

só uma cama patente,

e nela você não está...

.

neli araujo

2007