domingo, 9 de agosto de 2009

"Súplica" - Miguel Torga


"Granville Island Catboat" by Gary Giacomelli
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Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada

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Miguel Torga
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15 comentários:

carmen disse...

Neli,

Como sempre, uma linda imagem...
E uma linda poesia do Miguel Torga!

Matar a sede com água salgada...
disse tudo, por isto é que eu digo que virei a página... melhor assim!

bjs

Jhacy disse...

Lindo e profundo este poema!
Nem sempre é bom quebrarmos o silêncio e matar a sede com água salgada...melhor continuarmos a ter sede...! beijocas, amiga!

Hugo de Oliveira disse...

Bonito post..viu.

Te desejo um ótimo domingo.


abraços

Hugo

Nanda Botelho disse...

Acho que a ânsia termina evaporando a vida!

Belo poema!

Bjão!

Jacira mavignier disse...

Oi, Neli!

Muito bonita a imagem!!
A poesia, linda e triste...
Uma das melhores coisas da vida, é quando sentimos e entendemos que a página está virada. Ah, o alívio, ah a paz...existe força em nós, mais, mas muito mais, do que imaginamos!!!

Beijos

Gerly disse...

Nossa! Palavras bem fortes, né?

Um jeito sutil de dizer coisas que dóem.

:o/

Beijokas!

Anita disse...

Que o Senhor nos faça crescer em sabedoria, beleza e felicidade; capacitando-nos a cada dia, de glória em glória e de vitória em vitória...

Estou de volta amiga. Agora férias outra vez só no final de Agosto.
A 1ª. parte já está.
Venho desejar-te um dia lindo cheio de bençãos.
Beijinhos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)

Viviana disse...

Querida Neli

Foi bom encontrar aqui um poema de Torga...o meu poeta preferido.

Mas este eu não conhecia.

A imagem é de uma grande beleza.

Obrigada, amiga linda

beijos

viviana

O Tempo Passa disse...

Meio triste, muito verdadeiro, esse Miguel...

Leonor C.. disse...

Lindo! Está em harmonia com o que eu deixei no HOJE E AMANHÃ!

Beijinhos e obrigada pela visita!

...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR... disse...

Maravilha de poema!!

Há momentos que são mais saborosos do jeitinho que nos recordamos,mexer nestes momentos é uma heresia,rsrs!!!

Linda imagem!!

Um beijo carinhoso!

Sonia Regina.

Ângela disse...

Oi Neli!!!
A poesia pode tudo, transforma tudo em beleza. Até a dor.
Beijinhos
Ângela

neli araujo disse...

A todos vocês, meus queridos, que deixaram seu carinho por aqui:

Carmen
Jhacy
Hugo
Nanda
Jacira
Gerly
Anita
Viviana,
Rubinho
Leonor
Soninha
Angela

Recebam o meu carinho também, e o meu "muito obrigada"!
Tenham uma semana abençoada!

Neli

Arma_Zen disse...

A poesia de Miguel Torga é sempre maravilhosa. E o seu blog também.
Um beijo da Tuca

mulher lua disse...

Neli, à pressa, adorei a homenagem a Miguel Torga, um dos grandes portugueses, que até viveu aí a sua juventude. Grande homem, transmontano, duro como a fraga e desprovido de sofisticação como a torga que lá cresce. Foi médico de província porque não suportava o cinismo das urbes. Foi um médico dos simples e pobres. Em Coimbra, chamvam-no "o rei dos chatos", na província, o povo dizia que tinha boa conversa...

Liberdade

— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga, in 'Diário XII'


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